segunda-feira, 12 de novembro de 2007

PRIMEIRA FASE - I

Comecei a tentar me virar profissionalmente no final dos anos 60, tocando em night clubs que me deixavam entrar e de vez em quando tocar um pouquinho pois era menor de idade. Ficava "zanzando" pelos focos de night clubs em S.P. (boca do lixo, do luxo, Bexiga, etc..) fazendo amizades com músicos da noite, porteiros, donos de boites e esperando uma brecha para entrar e com sorte tocar um pouquinho. Até que consegui tocar mais regularmente em uma boite chamada Chez Regine, na rua Sta. Izabel, perto da Sta. Casa, num conjunto de samba onde faziam parte o Suingue cantando e tocando contrabaixo, o Jorge Costa (grande compositor), o Oswaldinho da Cuíca, o Celso do violão e daí por diante comecei a me espalhar. Então, ainda menor de idade, tirei minha carteira da Ordem dos Músicos, e me tornei músico profissional. Não houve boite e restaurante entre 1970 e 1974 onde não trabalhei. Balacobaco, Telecoteco, O Jogral, O Boteco, A Baiuca, o Captains Bar, o Padock,a Catedral do Samba, que me lembro agora foram alguns dos lugares. Quando preciso, até cantava.Na Catedral do Samba tive a oportunidade de acompanhar a Leny de Andrade por mais de 1 ano todas as noites.
Aí entrei para o quinteto do grande baterista Edison Machado e passamos entre outras coisas a acompanhar o inesquecível Agostinho dos Santos, o que mais para a frente vou escrever um capítulo especial sobre essa faze. Comecei também a me aventurar pelo Rio de Janeiro, e também fiz a direção musical (1973) de uma peça teatral "Labirinto, o balanço da vida" onde em cena ficavam somente o Walmor Chagas e o meu grupo musical, formado por Pete Wooley ao contrabaixo, o guitarrista Sydney do Vale (Palhinha), o baterista Zé Eduardo Nazário e o saxofonista Ion Muniz. Ficamos em cartaz por 8 meses, fazendo 9 espetáculos por semana, e ganhamos o premio Moliere como melhor peça do ano e um dinheirinho bom também.
A barra era pesada, muito arrocho da polícia,sexo, samba e drogas, mas íamos levando, até que resolvi no fim de 1974 me aventurar em N.Y., depois de ter passado a noite embaixo da pista de decolagem do Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro junto com um monte de colegas, pois achavam que éramos parte de um esquema de venda de drogas que angariava fundos para a compra de armas.... Pode? Até que se convenceram que não era nada disso, éramos apenas jovens artistas usuários... Mas não queria passar por isso de novo, então resolvi me auto-exilar nos EUA antes que fosse tarde demais.
Cansei, por hoje é só Devagar vou contando outras peripécias desta primeira fase da minha carreira, entre o final dos anos 60 até o final de 74, quando começou a segunda faze. Deixo vocês hoje com uma de minhas primeiras gravações, junto com o quinteto do Edison Machado, acompanhando o grande compositor e amigo e compadre Amado Maita. Gravamos só esta faixa no LP dele pela gravadora Copacabana. Éramos para gravar mais algumas, mas o proutor do LP nos expulsou (Eu e o Edison) sob a alegação de que éramos "muito loucos", pois nos pegaram fumando um baseado no telhado do estúdio, Estúdio Gazeta. No momento me lembro do Ricardo Santos ao contrabaixo acústico, do Antonio Ferreira da Anunciação percussão, Melito saxofone, o Antonio Barbosa guitarra, o Edison e eu, e o solista do trombone se não me engano era o Arlindo.
Fiquem então com o Samba de Amigo, composição e interpretação do grande Amado Maita com arranjo do não menor Antonio Barbosa.

Um comentário:

Anônimo disse...

Olá velho amigo do bexiga!
Quem te escreve é seu amigo Antônio
Barbosa (violonista, maestro arranjador). Esqueceu de mim?
Vou deixar o meu telefone para contato (16) 97778841. Estou no interior e procurando algum trabalho em Rio Claro.
Grande abraço de saudade!