quinta-feira, 22 de novembro de 2007

STA. CECILIA - PADROEIRA DOS MÚSICOS - 22 DE NOVEMBRO

Cecília era uma jovem nobre que assistia todos os dias às missas rezadas pelo papa Urbano nas catacumbas da via Ápia. Diz a lenda que no dia de seu casamento, enquanto ouvia a música, Cecília cantava a Deus em seu coração. De noite, ao chegar em casa, Cecília contou ao marido que ele não poderia tocá-la, pois ela era protegida de um anjo que haveria de protegê-lo também. Seu marido então converteu-se. Cecília e sua família foram presos e mortos por serem cristãos. Diz-se que quando foi decapitada, sua cabeça não caiu. Sobreviveu três dias, professando em silêncio sua fé em um Deus uno e trino, com uma das mãos apontando um dedo e a outra, três. Santa Cecília é considerada a padroeira da música.

Oração a Santa Cecília

Ó, gloriosa Santa Cecília, apóstolo de caridade, espelho de pureza e modelo de esposa cristã! Por aquela fé esclarecida, com que afrontastes os enganosos deleites do mundo pagão, alcançai-nos o amoroso conhecimento das verdades cristãs, para que conformemos a nossa vida com a santa lei de Deus e da sua Igreja. Revesti-nos de inviolável confiança na misericórdia de Deus, pelos merecimentos infinitos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Dilatai o nosso coração, para que, abrasados do amor de Deus, não nos desviemos jamais da salvação eterna. Gloriosa Padroeira nossa, que os vossos exemplos de fé e de virtude sejam para todos nós, um brado de alerta, para que estejamos sempre atentos à vontade de Deus, na prosperidade como nas provações, no caminho do céu e da salvação eterna. Assim seja
E para não deixar a postagem sem música aqui vai uma "prece" para Sta. Cecília. Uma gravação que fiz para o CD "Petros 35 anos, uma retrospectiva da MPB". Uma linda composição de Ivan Lins, gravada em duo com o Carlos dos Santos (Carlinhos 7 cordas) ao violão de 7 cordas.
Santa Cecília, Lembra de mim.....

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

PRIMEIRA FASE - II

Num certo momento, a comunidade musical de S.P. centralizou-se no Bexiga. A quantidade de casas noturnas com música brasileira era enorme, e cada uma contratava 4 grupos que se revesavam. Um de choro, um seresteiro, um de "sambão" e um mais sofisticado, com um trio (piano, contrabaixo e bateria) as vezes um sopro e uma cantora, mais para o lado da bossa nova.
Então voces podem imaginar a quantidade de músicos que ficavam pelos bares ali da Sto. Antonio se "confraternizando" nos intervalos mais os que apareciam para visitar ou procurar "serviço". As batidas policiais também eram muito frequentes. Ali comecei a trabalhar e conhecer muitos músicos. Fora os que já citei que trabalhavam no Chez Regine, conheci o Anunciação, o Nene, o Paulo Braga, o Robertinho Silva, o Milton Banana, o Mutinho, (bateristas)o Macumbinha (violonista) o Dagmar, (trumpetista) o Amado Maita, o Zé das Flores, o Carlinhos Tumbadora, o Mozar Terra, o Tenório Jr., o Mario Edson, o Moacir Zwarg, o Luiz Melo, (pianistas),Jorge Oscar, Alex, Waldir, Zé Alves, Carlinhos Momjardim, Pete Wooley, o Fogueira,Claudio Bertrami, (contrabaixistas), o querido violonista e arranjador Antonio Barbosa, os também violonistas Manoel da Conceição, o "Mão de Vaca"e o Sidney do Valle, o "Palhinha, o Nivaldo Ornelas, o Nestico Aguiar, o Bauru, (saxofonistas), o Manezinho da Flauta, Evandro e seu Regional, o Theo da Cuica, o Dom Bira, o Chacal, os cantores Pedro Miguel, Mauricy Moura, Tião Motorista, Adauto Santos, Ellen Blanco, Germano Mathias, a Leny de Andrade, o Aostinho dos Santos, a Alaide Costa, Ana Maria Brandão... depois eu me lembro de mais alguns.
Os artistas internacionais naquela época, se apresentavam no Theatro Municipal, e invariavelmente depois de suas apresentações iam para lá também "confraternizar" e dar canjas com a gente.
Tive a oportunidade de conhecer o Duke Ellington, a Sara Vaugahn, o Errol Garner, o Cannobal Adderly, a Ella Fitzgerald, o Dizzy Gillespie, Blue Mitchel, e numa ocasião muito singular o Stevie Wonder, que apareceu no Telecoteco e fez de tudo. Tocou bateria com a gente, cantou, tocou bateria e depois fui com ele e os músicos dele para o Hotel San Raphael na Av. S. João, "confraternizar" mais um pouquinho até de manhã. Conheci também por lá os baixistas Alex Blakey e o Walter Booker, que se tornaram meus companheiros em N.Y. na segunda fase (75-80) este último tornando-se inclusive meu compadre.
Bem, chega de memória por hoje. Depois eu conto mais. Vou deixa-los hoje com duas faixas do L.P. que gravei com o conjunto do Edison Machado acompanhando o inesquecível Agostinho dos Santos em 1972. O último de sua carreira.
Ouçam 2 faixas desse L.P. Céu e Mar de Johnny Alf e Estrada do Sol de A.C.Jobim e Dolores Duran.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

PRIMEIRA FASE - I

Comecei a tentar me virar profissionalmente no final dos anos 60, tocando em night clubs que me deixavam entrar e de vez em quando tocar um pouquinho pois era menor de idade. Ficava "zanzando" pelos focos de night clubs em S.P. (boca do lixo, do luxo, Bexiga, etc..) fazendo amizades com músicos da noite, porteiros, donos de boites e esperando uma brecha para entrar e com sorte tocar um pouquinho. Até que consegui tocar mais regularmente em uma boite chamada Chez Regine, na rua Sta. Izabel, perto da Sta. Casa, num conjunto de samba onde faziam parte o Suingue cantando e tocando contrabaixo, o Jorge Costa (grande compositor), o Oswaldinho da Cuíca, o Celso do violão e daí por diante comecei a me espalhar. Então, ainda menor de idade, tirei minha carteira da Ordem dos Músicos, e me tornei músico profissional. Não houve boite e restaurante entre 1970 e 1974 onde não trabalhei. Balacobaco, Telecoteco, O Jogral, O Boteco, A Baiuca, o Captains Bar, o Padock,a Catedral do Samba, que me lembro agora foram alguns dos lugares. Quando preciso, até cantava.Na Catedral do Samba tive a oportunidade de acompanhar a Leny de Andrade por mais de 1 ano todas as noites.
Aí entrei para o quinteto do grande baterista Edison Machado e passamos entre outras coisas a acompanhar o inesquecível Agostinho dos Santos, o que mais para a frente vou escrever um capítulo especial sobre essa faze. Comecei também a me aventurar pelo Rio de Janeiro, e também fiz a direção musical (1973) de uma peça teatral "Labirinto, o balanço da vida" onde em cena ficavam somente o Walmor Chagas e o meu grupo musical, formado por Pete Wooley ao contrabaixo, o guitarrista Sydney do Vale (Palhinha), o baterista Zé Eduardo Nazário e o saxofonista Ion Muniz. Ficamos em cartaz por 8 meses, fazendo 9 espetáculos por semana, e ganhamos o premio Moliere como melhor peça do ano e um dinheirinho bom também.
A barra era pesada, muito arrocho da polícia,sexo, samba e drogas, mas íamos levando, até que resolvi no fim de 1974 me aventurar em N.Y., depois de ter passado a noite embaixo da pista de decolagem do Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro junto com um monte de colegas, pois achavam que éramos parte de um esquema de venda de drogas que angariava fundos para a compra de armas.... Pode? Até que se convenceram que não era nada disso, éramos apenas jovens artistas usuários... Mas não queria passar por isso de novo, então resolvi me auto-exilar nos EUA antes que fosse tarde demais.
Cansei, por hoje é só Devagar vou contando outras peripécias desta primeira fase da minha carreira, entre o final dos anos 60 até o final de 74, quando começou a segunda faze. Deixo vocês hoje com uma de minhas primeiras gravações, junto com o quinteto do Edison Machado, acompanhando o grande compositor e amigo e compadre Amado Maita. Gravamos só esta faixa no LP dele pela gravadora Copacabana. Éramos para gravar mais algumas, mas o proutor do LP nos expulsou (Eu e o Edison) sob a alegação de que éramos "muito loucos", pois nos pegaram fumando um baseado no telhado do estúdio, Estúdio Gazeta. No momento me lembro do Ricardo Santos ao contrabaixo acústico, do Antonio Ferreira da Anunciação percussão, Melito saxofone, o Antonio Barbosa guitarra, o Edison e eu, e o solista do trombone se não me engano era o Arlindo.
Fiquem então com o Samba de Amigo, composição e interpretação do grande Amado Maita com arranjo do não menor Antonio Barbosa.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Love,Carnival and Dreams

No início de 1994,com saudades do Brasil (pois estava morando em Los Angeles desde 1990,resolvi entrar em contacto com amigos do Rio e de São Paulo e consegui agendar uma pequena temporada (8 concertos na casa noturna Mistura Fina e 1 ao ar livre na praia do Arpoador, 2 no Centro Cultural Vergueiro e um na casa noturna Bourbon St. em São Paulo) e consegui o apoio financeiro do meu amigo e editor na época Mike Stoller para gravar um CD, o tal do Love,Carnival and Dreams,(nome dedicado ao amigo cineasta Paulo Cesar Saraceni, que havia feito um filme com o nome Amor,Carnaval e Sonhos).Fizemos as gravações em S.P.em apenas 2 sessões e nos divertimos a bessa. Aliás nos divertimos muito durante toda a jornada. O Robertinho e o Ron são excelentes companheiros e músicos adimiráveis os quais eu prezo muito.





Se desejar, ouça algumas das músicas que gravamos neste CD.Brevemente incluirei todas.

Sempre, Subindo o morro, Amor proibido, My romance, Despedida

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Lost Zweig

Lá por volta de 2002, juntamente com o notável trombonista Raul de Souza, fui convidado para escrever a trilha sonora para o filme Lost Zweig, de Sylvio Back. Foi um trabalho maravilhoso que fizemos pois juntos, (Raul e eu) criamos na hora, no estúdio as músicas de acordo com o que sentíamos olhando as cenas. Aqui vai um dos temas desse filme. Aos poucos colocarei todos. O nome desse ficou Xadrez.