sábado, 11 de junho de 2022

terça-feira, 1 de novembro de 2011

PESQUISA

Realmente a cada ano que passa, por aqui no nosso Brasil lançar um CD novo está ficando cada vez mais difícil. Não existem mais gravadoras que contratem artistas instrumentistas, a divulgação é caríssima então mesmo que se produza um CD independente poucos ficam sabendo pois os meios de comunicação cobram caríssimo também para divulgar, tem que se ter um excelente e "conectado" acessor de imprensa, etc ... Fora os gastos de gravação ... caches, estudios de gravação, mixagem, masterização, produção gráfica, fabricação dos CDs e mais que tudo o pagamento dos direitos autorais dos autores das músicas a serem gravadas, o que tem que ser feito obrigatoriamente antecipadamente.

Os apoios de empresas patrocinadoras estão sempre vinculadas à prévia inscrição em leis Estaduais, Municipais e Federais que são altamente dificultosas e demoradas e a captação dos recursos autorizados depende de captadores e outros problemas, o que torna os projetos ficarem caríssimos.

Mas nem tudo está perdido, por isso estou fazendo esta pesquisa.

Há uns 8 meses passados, um grupo de empresários teve uma excelente idéia que está realmente proporcionando de uma maneira mais democrática e transparente a produção artística nacional.

Trata-se de nossos próprios amigos, fãs, admiradores e amigos dos amigos apoiarem os projetos e receberem recompensas que vão de acordo com o suporte financeiro que disponibilizem. Os suportes podem ir desde modestos 20 reais até quantias maiores, de 10 000 reais. Mas todos recebem recompensas, que podem ir desde CDs autografados entregues em casa até shows particulares em suas casas. Tudo feito de maneira fácil e transparente.

Para encurtar a estória: Estou sentindo necessidade de gravar um novo CD, onde irei tocar com meu trio e também voltar às minhas raízes e cantar, que era o que eu fazia no início de minha carreira de mais de 40 anos. Tenho cantado algumas músicas em minhas apresentações mais recentes e o público tem sido muito generoso, e me pede que eu cante mais nos meus shows. Gosto de cantar músicas românticas, que são muito bonitas, mais canto também alguns sambas.

Desejo realizar isso com o apoio de como já disse, de meus amigos, fãs, admiradores e amigos dos amigos, fãs e admiradores e achei o canal para isso. Atravéz da intermediação da CATARSE, uma nova idéia de apoio muito honesta, simples e transparente. Por isso, gostaria que voces visitassem o site http://www.catarse.me onde verão em detalhes o que estão fazendo, os projetos que lá estão, enfim tirar todas as suas dúvidas possíveis e imagináveis sobre o que estou falando.

Agora a pergunta que não quer calar: estou disposto a colocar meu projeto ali, mas gostaria de fazer essa pesquisa para saber quantos mais ou menos de meus amigos, fãs, admiradores e amigos dos amigos contribuiriam para que eu realizasse esse projeto. Qualquer apoio é muito benvindo e será recompensado. Gostaria muito de ter um retorno de voces sobre isso. Valeu? Forte abraço a todos, Guilherme Vergueiro.

domingo, 27 de junho de 2010

TRISTE COPA 2010

Os jueízes dessa copa estão com o poder de desmoralizar e enfraquecer as equipes que eles querem... vide Inglaterra, Mexico, e outras mais ... muitos deles nunca mais apitarão nada ... infelizmente são as "autoridades máximas" ... não adiantam imagens, bandeirinhas, tecnologias, nada ... e que sofram os injustiçados ... será que rola grana? pois eles não estão nem aí de ficarem desmoralizados, não apitarem mais ... ganham quem eles querem .... desmoralizam e afetam psicologicamente logo no início das partidas quem eles querem ... pobres de nós, ingênuos torcedores, e/ou observadores, admiradores do bom futebol ...  muito triste essa copa por esse ângulo ... ... estou muito triste, encabulado e me sinto enganado ... e trouxa por ainda sentir alguma coisa por futebol ... gosto de justiça ... de honestidade ... de caráter ... de beleza... pobre de mim ... e dos que que pensam como eu ... mas querem saber? Danem - se!!!!!!!!!!!!!!!!! Apesar de sermos enganados a todo momento pelos cartolas, dirigentes, publicitários etc. e tal ... ainda somos pobres otários, mas sinceros ... e honestos ... gostamos de bom futebol ... e se for para ganhar, honestamente. Se for para perder, lutando, com honra, de cabeça erguida, cumprimentando os vencedores ... Morreremos assim. De cabeça erguida. Ou executados, Também honradamente de cabeça erquida, como Tiradentes, Joana D'arc, Lampião, e tantos outros como os que morreram na Inquisição.  Sei lá ... nem sei mais o que dizer

terça-feira, 22 de junho de 2010

LOVE, CARNIVAL AND DREAMS.



I am proud to announce that my CD Love, Carnival and Dreams that I recorded in 1994 with Ron Carter on bass and Robertinho Silva on drums is available for the first time outside Brazil on I Tunes and all other major digital stores around the world. It was recorded after 10 performances in Rio de Janeiro and when we went to São Paulo to do four more we took two mornings to record it. Unfortunately it was only released in Brazil, but now I can share it with the world. Below, the review I got it in the U.S. I hope you all like it and buy it.

Album Review

A hot release by the Brazilian pianist that demonstrates the differences between bossa nova and samba. This fertile association with bassist Ron Carter and Brazilian drummer Robertinho Silva opens with the energetic sambão "Caindo No Samba." "Nova Ilusão" has a more meditative quality, but Robertinho's drumming is based in samba-canção with just a few bossa glimpses. "Love, Carnival & Dreams" opens its way as a percussive samba with powerful piano attacks and a catchy melody. "Chorando Por Dentro" evokes the choro atmosphere, with its romantic solo piano directly reminiscent of European doleful melodies, the choro basslines and the chord sequences enriched by a modern erudite treatment. "Argumentando"'s beautiful theme is exposed in a genuinely Brazilian choro rendition by the ensemble. "Subindo O Morro," another moderately paced samba, with its slash chords, is immediately evocative of a Chopin harmonization that is dear to Brazilians in general. "Amor Proibido" is presented through a bossa nova rendition with a categorical bass solo. "Noites Vazias," a heartfelt ad-lib theme, is delivered with sensitivity, being replaced by the explosive "Sempre," a choro played as samba as hotly as possible. "Despedida" brings again the melancholic, romantic yet at the same time jumpy and happy feel of Brazilian choro. "Só Dá Mangueira" pays tribute to the important samba school through a fast-paced samba. Rodgers' "My Romance" is true to its American ad-feeling feeling in the intro, then gives room for a bossa nova swinging rendition. "True Love," a tempo moderato samba, is also played as bossa, delivering it for "Samba Do Brilho," a slow samba, romantic and longing, to close an album ideally suited for those who like Brazilian rhythms in a jazzy setting performed by extremely competent musicians.

The I Tunes link for this release is http://itunes.apple.com/WebObjects/MZStore.woa/wa/viewAlbum?id=378809474

All the best, Guilherme Vergueiro.

quarta-feira, 31 de março de 2010

FELIZ PASCOA A TODOS

- Papai, o que é Páscoa?
- Ora, Páscoa é.... bem... é uma festa religiosa!
- Igual ao Natal?
- É parecido. Só que no Natal comemora-se o nascimento de Jesus, e na   Páscoa, se não me engano, comemora-se a sua ressurreição.
- Ressurreição?
- É, ressurreição. Marta , vem cá !
- Sim?
- Explica pra esse garoto o que é ressurreição pra eu poder ler o meu   jornal.
- Bom, meu filho, ressurreição é tornar a viver após ter morrido. Foi o   que aconteceu com Jesus, três dias depois de ter sido crucificado. Ele ressuscitou e subiu aos céus. Entendeu ?
- Mais ou menos... Mamãe, Jesus era um coelho?
- O que é isso menino? Não me fale uma bobagem dessas! Coelho! Jesus Cristo é o Papai do Céu ! Nem parece que esse menino foi batizado! Jorge, esse menino não pode crescer desse jeito, sem ir numa missa pelo  menos aos domingos.  Até parece que não lhe demos uma educação cristã ! Já pensou se ele solta uma besteira dessas na escola ? Deus me perdoe !  Amanhã mesmo vou matricular esse moleque no catecismo!
- Mamãe, mas o Papai do Céu não é Deus ?
- É filho, Jesus e Deus são a mesma coisa. Você vai estudar isso no catecismo. É a Trindade. Deus é Pai, Filho e Espírito Santo.
- O Espírito Santo também é Deus?
- É sim.
- E Minas Gerais?
- Sacrilégio!!!
- É por isso que a ilha de Trindade fica perto do Espírito Santo?
- Não é o Estado do Espírito Santo que compõe a Trindade, meu filho, é o Espírito Santo de Deus. É um negócio meio complicado, nem a mamãe entende direito. Mas se você perguntar no catecismo a professora explica tudinho!
- Bom, se Jesus não é um coelho, quem é o coelho da Páscoa ?
- Eu sei lá ! É uma tradição. É igual a Papai Noel, só que ao invés de presente ele traz ovinhos.
- Coelho bota ovo ?
- Chega ! Deixa eu ir fazer o almoço que eu ganho mais !
- Papai, não era melhor que fosse galinha da Páscoa ?
- Era... era melhor,sim.... ou então urubu.
- Papai, Jesus nasceu no dia 25 de dezembro, né ?
- Que dia ele morreu ?
- Isso eu sei: na Sexta-feira Santa.
- Que dia e que mês?
- (???)
- Sabe que eu nunca pensei nisso ? Eu só aprendi que ele morreu na Sexta-feira Santa e ressuscitou três dias depois, no Sábado de Aleluia.
- Um dia depois!
- Não três dias depois.
- Então morreu na Quarta-feira..
- Não, morreu na Sexta-feira Santa... ou terá sido na Quarta-feira de Cinzas ? Ah, garoto, vê se não me confunde !
- Morreu na Sexta mesmo e ressuscitou no sábado, três dias depois! Como ? Pergunte à sua professora de catecismo!
- Papai, porque amarraram um monte de bonecos de pano lá na rua ?
- É que hoje é Sábado de Aleluia, e o pessoal vai fazer a malhação do Judas. Judas foi o apóstolo que traiu Jesus.
- O Judas traiu Jesus no Sábado ?
- Claro que não ! Se Jesus morreu na Sexta !!!
- Então por que eles não malham o Judas no dia certo ?
- Ui...
- Papai, qual era o sobrenome de Jesus?
- Cristo. Jesus Cristo.
- Só ?
- Que eu saiba sim, por quê?
- Não sei não, mas tenho um palpite de que o nome dele era Jesus Cristo Coelho. Só assim esse negócio de coelho da Páscoa faz sentido, não acha?
- Ai coitada!
- Coitada de quem?
- Da sua professora de catecismo!

segunda-feira, 1 de março de 2010

SUBINDO O MORRO

From the CD "Love, Carnival and Dreams", with Guilherme Vergueiro - piano, Ron Carter - bass and Robertinho Silva - drums.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Chegou 2010

Que todos os frutos plantados em 2009 floreçam e sejam colhidos em 2010. É o meu desejo sincero para mim, amigos, família e a todas as pessoas de boa vontade do mundo inteiro. E que não nos esqueçamos de continuar sempre plantando mais e mais para que todos os anos tenhamos o que colher.

quinta-feira, 24 de dezembro de 2009

China's Dreams

My new sextet.
Myself at the piano, Sizão Machado on bass, Alex Buck on drums, Laudir de Oliveira on percussion, Josué dos Santos on tenor sax, Sidmar Vieira on trumpet and flughelhorn.


sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

VITRINE DO FAUSTÃO

Fiquei alegre em saber que alguém ainda lembra de mim e me promove. Afinal, acho que a mais ou menos uns 10 anos que não aparecia na mídia televisiva!



Se alguém se interessar em adquirir este CD, (Intemporal/Timeless) está disponível no

http://www.guilhermevergueiro.com.br/prod.html

Uma série de gravações nunca lançadas gravadas entre 1971 e 2006. Participações de grandes companheiros, como Edison Machado, Rafael Rabello, Gretchen Parlato, Guilherme Vergueiro's Brazilian Big Band, Lea Freire, Teco Cardoso e muitos outros.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

40 ANOS DE CARREIRA

Ao longo de 40 anos de carreira, fiz muitas gravações que nunca foram lançadas, muitos projetos que nunca foram concretizados, muitos programas de rádio e shows ao vivo gravados que "quem viu viu, quem não viu não viu". Vivi muitos anos no exterior o que causou a impressão ao público brasileiro que eu tinha "sumido", tive poucas testemunhas do que fiz por aí.

Nos anos que vivi no exterior, sempre mantive uma postura de levar ao público estrangeiro o melhor da música brasileira interpretando compositores renomados assim como meu trabalho de compositor todo ele baseado na música brasileira. Nunca tive a intenção de participar de grupos de artistas estrangeiros, e sim de convida-los a participar de minhas "empreitadas" interpretando música brasileira que eles não conheciam. Assim foi com Ron Carter, que ficou maravilhado com as composições de Johnny Alf, Walter Booker que tocava Feitio de Oração ao contrabaixo, Wayne Shorter tocando Cartola e Assis Valente, Wallace Rooney interpretando Pixinguinha, Nicola Stilo tocando Geraldo Pereira, para citar alguns. Enfim, no exterior, quando se interpreta músicas desses compositores, o público imagina que você esteja mostrando algo novo, original, inédito, moderno, sem saber que essas canções foram compostas a mais de 50 anos atrás. Misturadas com minhas próprias composições sempre resultou em concertos e apresentações que emocionavam o público e a resposta sempre era de alto astral e crícicas muito boas.

Também sempre pude contar em meus concertos e/ou gravações com músicos extraordinários brasileiros que vivem ou estavam de passagem pelo exterior ou convidados para a ocasião, como Edison Machado, Claudio Slon, José Marino, Meia Noite, Octavio Bailly, Claudio uimarães, Duduca Fonseca, Teco Cardoso, Carlos dos Santos, Robertinho Silva, Pablo Silva, Ricardo do Canto, Marcia Maria, Raul de Souza, Airto Moreira, Flora Purim entre outros.

No Brasil, onde vivi a primeira metade da década de 70 e a maior parte dos anos 80 também formei vários grupos e duos, trabalhamos bastante, apesar de nunca termos conseguido contrato com gravadoras e ficarmos restritos ao momento, também na base do "quem viu viu quem não viu não viu". Tive em meus grupos também participações de músicos extraordinários, como Cisão Machado, Duda Neves, Marcos André Seraphini, Mauro Senise, Ion Muniz, Zé Luiz Signeri, J.T. Meirelles, participações de integrantes da bateria da Estação Primeira de Mangueira, adulta e mirim, duos com Lea Freire, Raul de Souza, Rosa Maria, além ce concertos solos. Algumas dessas apresentações foram gravadas e esquecidas em vários "cantos" por aí em fitas cassete, DATs, e outras mídias que hoje não se usam mais.

Este ano resolvi "correr atrás" dessas gravações ao vivo e em estúdio que estavam perdidas por aí e digitaliza-las, o que resultou em mais de 150 faixas. Com o apoio inestimável de minha amiga e empreendedora Regina Pinho de Almeida da PROJECTO / S e da Tratore, iremos lançar 3 volumes com uma parte deste material, o que deu para ficar algumas faixas com muito boa qualidade e outras com o melhor que pudemos fazer para que atingissem uma qualidade razoável.

Será o INTEMPORAL / TIMELESS, volumes 1, 2 e 3. O primeiro volume deverá sair por volta de setembro com direito a shows de lançamento e assim que estiverem fabricados, publicarei aqui a história de cada faixa.

Neste primeiro volume terão faixas gravadas em estúdio e programas de rádio.No segundo gravações ao vivo, e no terceiro gravações em estúdio, programas de rádio e ao vivo.

Espero que gostem das gravações que vão de 1971 (a primeira vez que entrei num estúdio para gravar) a 2007, e se divirtam com as histórias das mesmas.

Segue abaixo uma das faixas deste primeiro volume. Inusitadamente cantando, acompanhado dos grandes Walter Booker ao contrabaixo e Edison Machado bateria, a canção "O que é amar" de Johnny Alf. Solo do guitarrista José Neto. Gravada em Boston, 1978.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Perdidos Achados II

Este texto está datado 12/07/90 escrito atrás de um esbôço de melodia numa partitura. Como cheguei em Los Angeles em mais ou menos março de 1990, deve ter sido uma crise de saudade. Diz assim:

"Cheguei no Rio por volta de 87 decidido a desenvolber minha carreira lá, pois julgueii que S.Paulo estava muito ruim para arte. Pedi socorro aos amigos Ricardo e Gilda que me receberam maravilhosamente. Poucas vezes em minha vida me senti tão respeitado e tratado com tanto carinho. Senti como se tivesse descoberto uma nova família. Aproximei Ricardo de Claudinho e Izinha (meus compadres) e Claudinho de Doutor Marcos André e devagar começamos a tocar um pouco. Gilda me apresentou a algumas pessoas lindas como Aé Luis, Monica, Patrícia, Tô, que passaram a ser pessoas importantes e muito queridas para mim, sem contar a grande curtição de Ciça e Luli. Fizemos um maravilhoso show no Parque da Catacumba além de temporadas inesquecíveis e sucessivas no Mistura Fina. Conheci Dr. Olinto e por seu intermédio passei a frequentar a Mangueira, uma velha paixão. Fizemos muita música. Divertimo-nos demais. Foi sem dúvida uma das fazes mais queridas e divertidas e importantes de minha vida. Algo que se guarda no coração para sempre e não se pode esquecer. Dona Yole, Dr. Peixoto, a mãe da Monica, as festinhas no Zé Luis, os romances com Patricia, Elaine, a sinuca com Lacerda, Ricardo e Claudinho, a picina, os papos com Gilda, as gandaias, a operação bandeija, o show em casa com Maria Alice, a pimenta, a Joana cozinheira (que eu adoro), os almoços de sábado, o almoço de ano novo no restaurante português, os desfiles da Mangueira, os ensaios, o chicote, o bip, as gravações com Carlinhos, a praia de Ipanema, a Casa dos Sabores, o Árabe, a ponte aérea, o Sulpan, tudo muito vivo em meu coração e motivo de inspiração e razão para adorar a vida e seguir tendo idéias para novos tempos de curtição e amor. Adoro vocês".

Relendo isso hoje, que saudade.... mas continuo graças a Deus com os mesmos sentimentos e motivado e inspirado para novos tempos de curtição e amor. Adoro a vida.

Abaixo uma gravação do tal do famoso show no Parque da Catacumba, que vai receber um capítulo todo especial nesse "blog". Estou recuperando essas gravações para botar brevemente, espero, a disposição do público interessado. Essa minha composição "A Lata", foi a abertura do concerto, que durou acho que quase duas horas e meia. Espero que gostem.



sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Perdidos Achados

"Cavucando" antigos HDs, CDs, caixas, etc... tenho encontrado algumas coisas interessantes que vou postando aqui para quem tiver paciência e/ou interesse de um pouco de minha trajetória. Este escrito está datado de 01/01/2006. Outro achado foi uma interpretação de "As Rosas não falam", de Cartola,
(aliás essa é uma das músicas que mais gravei) que nunca foi lançada.
No fim to texto se desejarem, ouçam, e espero que gostem.

Me foi dito no começo de minha trajectória como músico profissional que para se ser um bom improvisador, não era permitido repetir frases, tudo tinha que ser espontâneo e na hora, de acordo com o que estivesse acontecendo, sentindo. O improviso tinha que ser uma re-interpretação ou uma variação dos temas e cada dia ou cada set tinha que ser diferente. Fiquei com isso na cabeça e tento tocar assim até hoje. Isso demanda muito do instrumentista que tem que estar sempre concentrado e com seus sentidos a flor da pele na hora das apresentações para que possa se exprimir e emocionar as plateias.

A música brasileira popular, (samba, choro, bossa nova, baião, etc...) é talvez a mais rica do mundo. Possui de maneira forte e exuberante os três elementos que definem música. Ritmo, harmonia e melodia. Por isso é que para se tocar esse gênero musical exige-se muita concentração, prática e concentração. Independência é fundamental.

Entendo a música como arte, e não como um produto descartável. Acho que tenho a responsabilidade quando me apresento de entrar no coração das pessoas, pois se estão ali naquele momento, devem estar a procura de alguma emoção, alguns momentos em que possam se desligar de seus quotidianos e problemas e entrar em contacto com o belo, e/ou seus próprios sentimentos e emoções, através da música que irão ouvir e sentir. Levo isso muito a sério, respeito muito a plateia e sempre tento me entregar o máximo possível as minhas interpretações para que as audiências saiam dali com uma boa lembrança, que pelo menos alguns momentos daquela apresentação fiquem para sempre no coração das pessoas, que se transformem em referência para sentimentos agradáveis de paz, ou amor, ou tranquilidade espiritual. Algo assim.

O piano, ao meu ver, é o mais sublime instrumento musical. Isso sem menosprezar de maneira nenhuma a beleza e a importância de todos os outros instrumentos musicais.

Hoje em dia, as pessoas aprendem a tocar mais por referência e/ou imitação. Acho que não estão dando mais importância nas escolas e nas Universidades musicais a exploração dos sentimentos de cada discípulo, a importância da criação do próprio estilo. Os músicos hoje em sua grande maioria tocam pedaços de estilos de músicos do passado, que tinham estilo próprio. Então acaba ficando pastiches de estilos de artistas que foram estudados e analisados durante seus estudos. O resultado disso é que na grande maioria dos concertos e shows que vemos por aí são apenas demonstrações de técnicas e habilidades. Não emociona. Não toca, e os comentários se resumem a divagar sobre a técnica e habilidade dos músicos para classifica-los de competentes ou não. Raramente as pessoas saem realmente emocionadas após os concertos.

Não sou muito de fazer comentários sobre os outros ou os trabalhos dos outros. Acho que cada um faz, ou deveria fazer o melhor que pode. Dou opiniões, as vezes sobre fatos, música, falo o que sinto, acho ou penso, e se isso afeta alguma pessoa, organizações ou movimentos, se a carapuça serve em alguém, que a vistam e sintam-se confortáveis, ou contestem, ou dêem também suas opiniões. Só as vezes quando uma coisa ou um fato me incomoda muito ou me alegra muito dou nomes aos bois diretamente.

Existe uma diferença muito grande entre influência e imitação. Influência, todos os artistas tem um pouco. Mas tem também os imitadores. Caras que ficam tocando e tocando os discos de seus prediletos e tentando tocar igual. Isso eu acho mal. Quando eu era muito pequeno, 6 ou 7 anos, as pessoas se impressionavam pois eu tinha a capacidade de tocar igual a um disco que meu pai tinha do pianista Count Basie tocando Boogie Woogie, e eu tocava igualzinho a ele. Todos pediam para eu mostrar a façanha. Aquilo me incomodava muito, pois para mim não era nada de excepcional, mas as pessoas achavam fantástico e aquilo me incomodava muito. Foi o fim para mim de tocar igual ao que eu ouvia.

Meu mestre, meu avô, o professor Guilherme Fontainha, sempre deu muita importância a interpretação, aos sentimentos que os compositores queriam passar com essa ou aquela peça musical. Insistia muito no uso correto do pedal, nas nuances, piano, pianíssimo, forte, meio forte, stacatto, portato,, ralentandos, etc. ensinando como tirar o melhor som do piano através do método do peso do braço, a posição correta das mãos, a posição correta de se sentar no banquinho do piano, tudo para facilitar ao máximo o bom desempenho musical, para que nada pudesse vir a atrapalhar a execução e a expressão musical. Ele foi um dos maiores mestres de piano do Brasil de todos os tempos. As aulas de prática, teoria, mecanismo, etc... eu tinha com uma assistente dele, a professora Fumiko Kawanami, e ele aparecia de vez em quando para dar essa lapidada essencial para o bom desempenho e interpretação.

Tive aulas também de Harmonia Tradicional com o professor Paulo Herculano e também de composição serial, estética musical e psicologia musical com o professor H.J. Kollroetter que me foram muito úteis. De resto, sou autodidata. Não tenho nenhum diploma. Só do ginásio.

Quando eu era criança, um artista ou compositor de 50 anos para cima, as vezes até menos era considerado da velha guarda. Hoje em dia se vê os artistas de 60 anos para cima serem consumidos pelos jovens e até adolescentes. Talvez seja pelo fato de não haver tido uma evolução a altura e também acredito que seja pela falta de investimento da indústria em novos valores. Hoje em dia quem vende bem são os coroas, e alguns grupinhos de música sem a menor importância musical ou histórica, nada condizente com o real valor da música brasileira popular de outros tempos.

A inspiração a meu ver é um estado de espírito. Nos momentos em que nossas almas estão descansadas, livres de qualquer influência material, são capazes de captar no ar, na natureza, nas vibrações cósmicas, melodias, harmonias, combinações rítmicas, e são nesses momentos que conseguimos chegar perto do que queremos expressar através da música, ou qualquer arte, acredito. Há quem faça tudo mais tecnicamente, há até teorias de que inspiração não existe, que tudo é técnica, etc. mas eu encaro as coisas, a vida, a arte, a música de uma maneira mais espiritual. Vejo espiritualidade em tudo.

Disciplina, paciência, dedicação, prática e principalmente conexão com a própria alma, com o próprio Ser para mim são os requisitos para se ser um artista pelo menos razoável. É um longo caminho a ser trilhado. Uma das coisas que o professor Kolroeter falou e que nunca me esqueci foi "Sem ordem não existe obra de arte". Essa ordem a que ele se referia, para mim soou como tudo aquilo que eu defini no início desse "parágrafo" digamos assim.

Não me esqueço de uma passagem engraçada do trumpetista americano Dizzie Gillespie. Perguntado sobre o que ele encarava a música, o tocar, o interpretar, ele respondeu: " A gente se transporta para uma outra esfera, e aí toca, improvisa, tudo num estado de iluminação maravilhoso, ficamos flutuando num espaço cósmico, e por aí foi, no que o "perguntador" falou: " Ohhhh! então todas as vezes em que vemos o Sr. tocar o Sr. está iluminado dessa maneira e nesse tal espaço cósmico?" E ele respondeu: " Olha, uma vez, eu quase consegui isso..." É assim para mim. Me transporto também para um lugar desconhecido, um espaço diferente e fico ali quando estou tocando. Um lugar tranquilo onde existe paz, harmonia, tranquilidade, alegria, comunicação com entidades superiores, etc. Mas nunca conseguimos exatamente ficar ali todo o tempo, afinal somos humanos. Mas acredito piamente que sou ajudado por entes superiores quando estou me apresentando, ou compondo, ou escrevendo arranjos. Não sei fazer isso sozinho. Não estudei o suficiente.




sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

The Brazilian Big Band


Um dia, andando pela Ventura Boulevard, (Los Angeles), estava pensando para variar, como sair da dureza, como arranjar trabalho, pois estava completamente duro e para variar também com mulher, crianças em casa. De repente passei por um local (que agora não me lembro o nome) e vi um grande anúncio que dizia: "Todas as terças feiras a noite das Big Bands", e com nomes "fortíssimos" de orquestras de arranjadores super renomados e conceituados no meio artístico americano. Entrei, e perguntei quem era o responsável pela contratação das orquestras. Apareceu uma "dona", simpática e perguntou o que eu desejava. Disse que era um pianista brasileiro e que tinha uma Big Band que tocava música brasileira, samba, bossa nova, etc... A "dona" ficou super entusiasmada e marcou uma data para mim para dali a uns dois meses.

Saí de lá tonto, pois era tudo mentira. Não tinha Big Band nenhuma, nenhum arranjo e nem conhecia os músicos de orquestra na cidade. Foi então que consegui um trabalho para tocar num tipo de festa de Carnaval em Phoenix, Arizona, após a corrida de rua de Fórmula Indy. Alí conheci um trombonista, espetacular, o Bruce Fowler, e de madrugada contei o meu dilema, e ele me disse que era o responsável por grande parte das arregimentações para trilhas de filmes nos melhores estúdios de L.A., que conhecia os melhores músicos de orquestra, que a mulher dele era copista, etc... e que topava montar a orquestra para mim, desde que fosse primeiro a minha casa e eu mostrasse ao piano um pouco do que eu queria escrever, para ter certeza de que eu era bom mesmo na "pena", para ver se valia a pena mesmo ele entrar nessa. Foi lá conferir e achou tudo uma beleza, e disse que era só eu escrever os arranjos que ele cuidava do resto.

Aí começou a segunda parte do "drama". Comprar papel de música, lapis, borracha, apontador, etc... (naquele tempo ainda era tudo "na mão", não tinha softwares para escrever música em computadores). Comecei a escrever. Alguns dias depois, varando noites as voltas com os arranjos, me dei conta de que não conseguiria escrever a quantidade de arranjos necessários (uns 15) para fazer 2 sets na data marcada.

Foi aí que fui a casa do meu amigo maestro Moacir Santos, expliquei a furada que tinha entrado, e sugeri a ele que na noite eu fizesse uma homenagem a ele, e ele apareceria regendo a orquestra e levaria uns 5 arranjos para me aliviar da trabalheira. Ele ficou entusiasmado e topou. Aproveitei e fiz a ele uma pergunta, (pois já tinha escrito arranjos em S.P. e era muito limitado, na questão de "range" dos instrumentos. No Brasil as orquestras eram limitadas, os primeiro trumpetistas só chegavam até certo ponto, os trombonistas baixo também, e os acordes tinham que ser meio quadrados, senão ficava tudo desafinado. Então com isso em mente, perguntei ao Maestro: "Moacir, aqui pode tudo?" Ele respondeu, "Tudo". Eu, "Tudo mesmo?" Ele, "Tudo".

Voltei animado para casa e continuei a escrever. Pensei, orquestra Brasileira tem que ter pandeiro, e crooner (em algumas músicas). Liguei para o Airto Moreira e o convidei para tocar pandeiro na orquestra. Só pandeiro, sentadinho lá na estante dele sem firulas. Ele adorou a idéia, mas impôs uma condição: queria cantar uma música. Eu falei, Pô Airto, você não é cantor, ele ficou bravo e disse que na terra natal dele tinha ganho até premios cantando imitando o Jorge Veiga. Tudo bem. Escrevi o "Foi a noite" para ele, do Jobim e da Dolores Duran. A Flora (Purim) mulher dele ficou com ciúmes e disse que queria cantar umas duas também. Tudo bem. Escrevi para ela o "Rapaz de Bem" do Johnny Alf e o "Quem quizer encontrar o amor" do Geraldo Vandré.

Na parte instrumental, escrevi algumas composições minhas e outras, como "Feitio de Oração" do Noel Rosa.

Começaram os ensaios. Os músicos eram pra lá de excelentes, super competentes, leitura a primeira vista, afinação, timbre, pressão, enfim o supra sumo. Todos os 5 saxofonistas (a banda eram 4 trumpetes, 4 trombones, 5 saxofones e um clarinete) tocavam também todas as flautas, de piccolo a flauta em Sol, e também clarinete se precisasse e clarone (que eu adoro e colocava em alguns arranjos.) Mas vieram com um papo furado, de que eu escrevia em dois por quatro, e que deveria escrever em dois por dois, pois eles estavam mais acostumados, era mais fácil, que trabalhavam com os melhores e maiores arranjadores do mundo e que todos escreviam em dois por dois. Foi aí que eu mostrei quem eu era.

Meio na base da brincadeira, chamei todos de viados, disse que tinha ido parar alí pois no Brasil diziam que alí é que tinham os melhores músicos do mundo, os únicos capazes de tudo, e agora eles vinham com essa frescura? Disse a eles: "Eu não sou maestro porra nenhuma, apenas escrevo, vocês têm que me ensinar a reger, não sou viado pra ficar com mãozinha balançando na frente de vocês para vocês saberem onde têm que entrar e sair, etc... eu quero tocar piano, ou ficar no bar ouvindo minha orquestra tocar sozinha. Se virem. Agora, eu vou ensinar rapidamente a vocês o que vocês não sabem. Tocar samba, e saber interpretar em dois por quatro, coisas que vocês realmente não sabem. Ficaram meio cabreiros, mas riram bastante com o meu jeito de falar e meu total desprendimento, e também respeito por eles. Mas sentiram logo que teriam que me respeitar também no mesmo nível.

Logo, me apelidaram do "Wild Maestro", (o Maestro Selvagem). Fizemos mais alguns ensaios e eles aprenderam a tocar samba e dois por quatro, ficaram alegrissimos e orgulhosos com isso e começaram a me "adorar". Papos, drinks, etc...

Na dita noite de estréia, a platéia dava voltas no quarteirão, pois nunca tinham visto uma Brazilian Big Band, e com o apoio da Flora, do Airto, do Moacir, o nome dos músicos participantes etc... Batemos o record de bilheteria da casa. Estavam todos os melhores e maiores arranjadores e Maestros do pedaço para me checar. Fizemos os 2 sets e arrazamos. Críticas nos jornais, a platéia extasiada, os músicos todos sorridentes, enfim foi um sucesso, e ficamos então por alguns anos nos apresentando por alí (mas aí já sem o Moacir, o Airto e a Flora) e em outros locais com enorme aceitação do público.

Só não consegui contrato para gravar um disco com a Orquestra. Mas meu compadre, o "China", bancou uma sessão de gravação para eu poder pelo menos ter um registro da Orquestra e gravamos 3 faixas. Na base do "vamo lá".

Qdo vim de L.A. para o Brasil, deixei muita, mas muita coisa minha mesmo por lá, na casa de meu filho e por lá estão. Nunca tive "saco" de mexer naquilo tudo e trazer para cá, apesar de ir a L.A. sempre que posso.

Outro dia, mexendo em algumas caixas que trouxe de lá mas nunca mexo nelas, achei um tape com uma das faixas que gravamos "naquela" sessão. Fiquei empolgado e transferi para CD. É uma faixa só, sem solos de sopro, pois o tempo era curto, então só eu fiz um "solinho".

Segue então, o "Samba do Brilho", interpretado pela "Guilherme Vergueiro Brazilian Big Band".
Espero que gostem.
A ilustração acima é do meu filho Nicolau Vergueiro, artista plástico ainda radicado em L.A.




quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

QUE VENHA 2009


Com muita saúde, alegrias, música boa, boas notícias, enfim tudo que a vida nos oferece de bom e agradável, e muito bom humor, inprecindível nos dias de hoje. É o que desejo a todos que por aqui eventualmente passam, e espero que também em 2009 eu tenha mais ânimo e tempo para escrever mais, e ir devagarinho contando a minha história, e as minhas estórias, a quem interessar possa....

Segue abaixo uma composição do grande pianista brasileiro e grande amigo Tenório Jr. que me ensinou essa composição no início dos anos 70. Gravei-a em meu segundo L.P. "Só por amor" em 1981 e agora regravei-a ao vivo para um programa de rádio (Rádio MEC, Rio de Janeiro) a uns 2 anos atrás. Espero que gostem. Com vocês, "Saudade", de Tenório Jr.

terça-feira, 9 de setembro de 2008

ANTONIO BARBOSA

Quando eu tinha uns 16 anos, comecei a aparecer nas "bocas" de S.P. a fim de conhecer músicos e também tentar conseguir tocar com eles minhas primeiras notas... Dentre os tantos que fui fazendo amizade, conheci o Antonio Barbosa, violonista do interior, uma pessoa de uma simplicidade impressionante mas de enorme talento, excelente compositor também, e o que mais me impressionava era que ele era o único de nós que sabia escrever arranjos para metais. Tive a oportunidade de participar de uma gravação do Amado Maita e tocar um arranjo dele. Especial. (Em uma postagem anterior vocês podem ter acesso a essa gravação.)Uma pessoa tão humilde e simples e ao mesmo tempo sutil, sofisticado e competente. Fomos nos vendo sempre, quando estive morando em Los Angeles na década de 90 quando ia a São Paulo esporadicamente para me apresentar lá estava ele. Depois sumiu. Há muito tempo que não o vejo. Não é que outro dia ele me telefonou e fez um comentário nesse blog? Fiquei super contente de saber dele, e me parece que está muito bem, morando no interior e preparando (finalmente) seu primeiro CD. Sempre compondo, (aliás uma coisa que ele tinha era que sempre que me encontrava me dava uma partitura de alguma composição nova), depois de anos sem nos falar, ele no telefone cantarolou sua mais recente. Grande Barbosa!!! Meu amigão! Aprendi muito com você. Não vejo a hora de ouvir suas novas composições e arranjos, e se me der a honra participar dessas gravações que com certeza serão um marco da música brasileira e internacional. Viva Antonio Barbosa!!!! E abaixo, segue mais um de seus preciosos arranjos, feitos para o intérprete Amado Maita, em 1972. A música é Piedade, escrita por um pianista muito humilde de Minas Geraes, que tocava nos Night Clubs em S.P., tocava muito bem, auto didata, faleceu infelizmente muito cedo, não deixou gravações e nem biografia. Uma pena. Gente muito boa o Miguel, alegre e de extremo bom gosto. Que Deus o esteja protegendo.

quinta-feira, 22 de novembro de 2007

STA. CECILIA - PADROEIRA DOS MÚSICOS - 22 DE NOVEMBRO

Cecília era uma jovem nobre que assistia todos os dias às missas rezadas pelo papa Urbano nas catacumbas da via Ápia. Diz a lenda que no dia de seu casamento, enquanto ouvia a música, Cecília cantava a Deus em seu coração. De noite, ao chegar em casa, Cecília contou ao marido que ele não poderia tocá-la, pois ela era protegida de um anjo que haveria de protegê-lo também. Seu marido então converteu-se. Cecília e sua família foram presos e mortos por serem cristãos. Diz-se que quando foi decapitada, sua cabeça não caiu. Sobreviveu três dias, professando em silêncio sua fé em um Deus uno e trino, com uma das mãos apontando um dedo e a outra, três. Santa Cecília é considerada a padroeira da música.

Oração a Santa Cecília

Ó, gloriosa Santa Cecília, apóstolo de caridade, espelho de pureza e modelo de esposa cristã! Por aquela fé esclarecida, com que afrontastes os enganosos deleites do mundo pagão, alcançai-nos o amoroso conhecimento das verdades cristãs, para que conformemos a nossa vida com a santa lei de Deus e da sua Igreja. Revesti-nos de inviolável confiança na misericórdia de Deus, pelos merecimentos infinitos de Nosso Senhor Jesus Cristo. Dilatai o nosso coração, para que, abrasados do amor de Deus, não nos desviemos jamais da salvação eterna. Gloriosa Padroeira nossa, que os vossos exemplos de fé e de virtude sejam para todos nós, um brado de alerta, para que estejamos sempre atentos à vontade de Deus, na prosperidade como nas provações, no caminho do céu e da salvação eterna. Assim seja
E para não deixar a postagem sem música aqui vai uma "prece" para Sta. Cecília. Uma gravação que fiz para o CD "Petros 35 anos, uma retrospectiva da MPB". Uma linda composição de Ivan Lins, gravada em duo com o Carlos dos Santos (Carlinhos 7 cordas) ao violão de 7 cordas.
Santa Cecília, Lembra de mim.....

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

PRIMEIRA FASE - II

Num certo momento, a comunidade musical de S.P. centralizou-se no Bexiga. A quantidade de casas noturnas com música brasileira era enorme, e cada uma contratava 4 grupos que se revesavam. Um de choro, um seresteiro, um de "sambão" e um mais sofisticado, com um trio (piano, contrabaixo e bateria) as vezes um sopro e uma cantora, mais para o lado da bossa nova.
Então voces podem imaginar a quantidade de músicos que ficavam pelos bares ali da Sto. Antonio se "confraternizando" nos intervalos mais os que apareciam para visitar ou procurar "serviço". As batidas policiais também eram muito frequentes. Ali comecei a trabalhar e conhecer muitos músicos. Fora os que já citei que trabalhavam no Chez Regine, conheci o Anunciação, o Nene, o Paulo Braga, o Robertinho Silva, o Milton Banana, o Mutinho, (bateristas)o Macumbinha (violonista) o Dagmar, (trumpetista) o Amado Maita, o Zé das Flores, o Carlinhos Tumbadora, o Mozar Terra, o Tenório Jr., o Mario Edson, o Moacir Zwarg, o Luiz Melo, (pianistas),Jorge Oscar, Alex, Waldir, Zé Alves, Carlinhos Momjardim, Pete Wooley, o Fogueira,Claudio Bertrami, (contrabaixistas), o querido violonista e arranjador Antonio Barbosa, os também violonistas Manoel da Conceição, o "Mão de Vaca"e o Sidney do Valle, o "Palhinha, o Nivaldo Ornelas, o Nestico Aguiar, o Bauru, (saxofonistas), o Manezinho da Flauta, Evandro e seu Regional, o Theo da Cuica, o Dom Bira, o Chacal, os cantores Pedro Miguel, Mauricy Moura, Tião Motorista, Adauto Santos, Ellen Blanco, Germano Mathias, a Leny de Andrade, o Aostinho dos Santos, a Alaide Costa, Ana Maria Brandão... depois eu me lembro de mais alguns.
Os artistas internacionais naquela época, se apresentavam no Theatro Municipal, e invariavelmente depois de suas apresentações iam para lá também "confraternizar" e dar canjas com a gente.
Tive a oportunidade de conhecer o Duke Ellington, a Sara Vaugahn, o Errol Garner, o Cannobal Adderly, a Ella Fitzgerald, o Dizzy Gillespie, Blue Mitchel, e numa ocasião muito singular o Stevie Wonder, que apareceu no Telecoteco e fez de tudo. Tocou bateria com a gente, cantou, tocou bateria e depois fui com ele e os músicos dele para o Hotel San Raphael na Av. S. João, "confraternizar" mais um pouquinho até de manhã. Conheci também por lá os baixistas Alex Blakey e o Walter Booker, que se tornaram meus companheiros em N.Y. na segunda fase (75-80) este último tornando-se inclusive meu compadre.
Bem, chega de memória por hoje. Depois eu conto mais. Vou deixa-los hoje com duas faixas do L.P. que gravei com o conjunto do Edison Machado acompanhando o inesquecível Agostinho dos Santos em 1972. O último de sua carreira.
Ouçam 2 faixas desse L.P. Céu e Mar de Johnny Alf e Estrada do Sol de A.C.Jobim e Dolores Duran.

segunda-feira, 12 de novembro de 2007

PRIMEIRA FASE - I

Comecei a tentar me virar profissionalmente no final dos anos 60, tocando em night clubs que me deixavam entrar e de vez em quando tocar um pouquinho pois era menor de idade. Ficava "zanzando" pelos focos de night clubs em S.P. (boca do lixo, do luxo, Bexiga, etc..) fazendo amizades com músicos da noite, porteiros, donos de boites e esperando uma brecha para entrar e com sorte tocar um pouquinho. Até que consegui tocar mais regularmente em uma boite chamada Chez Regine, na rua Sta. Izabel, perto da Sta. Casa, num conjunto de samba onde faziam parte o Suingue cantando e tocando contrabaixo, o Jorge Costa (grande compositor), o Oswaldinho da Cuíca, o Celso do violão e daí por diante comecei a me espalhar. Então, ainda menor de idade, tirei minha carteira da Ordem dos Músicos, e me tornei músico profissional. Não houve boite e restaurante entre 1970 e 1974 onde não trabalhei. Balacobaco, Telecoteco, O Jogral, O Boteco, A Baiuca, o Captains Bar, o Padock,a Catedral do Samba, que me lembro agora foram alguns dos lugares. Quando preciso, até cantava.Na Catedral do Samba tive a oportunidade de acompanhar a Leny de Andrade por mais de 1 ano todas as noites.
Aí entrei para o quinteto do grande baterista Edison Machado e passamos entre outras coisas a acompanhar o inesquecível Agostinho dos Santos, o que mais para a frente vou escrever um capítulo especial sobre essa faze. Comecei também a me aventurar pelo Rio de Janeiro, e também fiz a direção musical (1973) de uma peça teatral "Labirinto, o balanço da vida" onde em cena ficavam somente o Walmor Chagas e o meu grupo musical, formado por Pete Wooley ao contrabaixo, o guitarrista Sydney do Vale (Palhinha), o baterista Zé Eduardo Nazário e o saxofonista Ion Muniz. Ficamos em cartaz por 8 meses, fazendo 9 espetáculos por semana, e ganhamos o premio Moliere como melhor peça do ano e um dinheirinho bom também.
A barra era pesada, muito arrocho da polícia,sexo, samba e drogas, mas íamos levando, até que resolvi no fim de 1974 me aventurar em N.Y., depois de ter passado a noite embaixo da pista de decolagem do Aeroporto Santos Dumont no Rio de Janeiro junto com um monte de colegas, pois achavam que éramos parte de um esquema de venda de drogas que angariava fundos para a compra de armas.... Pode? Até que se convenceram que não era nada disso, éramos apenas jovens artistas usuários... Mas não queria passar por isso de novo, então resolvi me auto-exilar nos EUA antes que fosse tarde demais.
Cansei, por hoje é só Devagar vou contando outras peripécias desta primeira fase da minha carreira, entre o final dos anos 60 até o final de 74, quando começou a segunda faze. Deixo vocês hoje com uma de minhas primeiras gravações, junto com o quinteto do Edison Machado, acompanhando o grande compositor e amigo e compadre Amado Maita. Gravamos só esta faixa no LP dele pela gravadora Copacabana. Éramos para gravar mais algumas, mas o proutor do LP nos expulsou (Eu e o Edison) sob a alegação de que éramos "muito loucos", pois nos pegaram fumando um baseado no telhado do estúdio, Estúdio Gazeta. No momento me lembro do Ricardo Santos ao contrabaixo acústico, do Antonio Ferreira da Anunciação percussão, Melito saxofone, o Antonio Barbosa guitarra, o Edison e eu, e o solista do trombone se não me engano era o Arlindo.
Fiquem então com o Samba de Amigo, composição e interpretação do grande Amado Maita com arranjo do não menor Antonio Barbosa.

terça-feira, 6 de novembro de 2007

Love,Carnival and Dreams

No início de 1994,com saudades do Brasil (pois estava morando em Los Angeles desde 1990,resolvi entrar em contacto com amigos do Rio e de São Paulo e consegui agendar uma pequena temporada (8 concertos na casa noturna Mistura Fina e 1 ao ar livre na praia do Arpoador, 2 no Centro Cultural Vergueiro e um na casa noturna Bourbon St. em São Paulo) e consegui o apoio financeiro do meu amigo e editor na época Mike Stoller para gravar um CD, o tal do Love,Carnival and Dreams,(nome dedicado ao amigo cineasta Paulo Cesar Saraceni, que havia feito um filme com o nome Amor,Carnaval e Sonhos).Fizemos as gravações em S.P.em apenas 2 sessões e nos divertimos a bessa. Aliás nos divertimos muito durante toda a jornada. O Robertinho e o Ron são excelentes companheiros e músicos adimiráveis os quais eu prezo muito.





Se desejar, ouça algumas das músicas que gravamos neste CD.Brevemente incluirei todas.

Sempre, Subindo o morro, Amor proibido, My romance, Despedida

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Lost Zweig

Lá por volta de 2002, juntamente com o notável trombonista Raul de Souza, fui convidado para escrever a trilha sonora para o filme Lost Zweig, de Sylvio Back. Foi um trabalho maravilhoso que fizemos pois juntos, (Raul e eu) criamos na hora, no estúdio as músicas de acordo com o que sentíamos olhando as cenas. Aqui vai um dos temas desse filme. Aos poucos colocarei todos. O nome desse ficou Xadrez.